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quinta-feira, 26 de abril de 2007

Augusto no Butantã das Artes


No Dia 22 de abril de 2007, o poeta Augusto declama suas obras no Santo Remédio.

Segue abaixo duas de suas poesias.

Do quintal da minha casa
da pra ver um prédio.
E nesse prédio,
avisto uma janela...
Me pego sempre olhando pra ela
e o que dentro dela
se desenrola.
Claro que antes eu dou umas bolas;
o que ativa meu lado vouyer.
E fico vendo um cara
que eu imagino
ser o André.
Assim sempre o pensei,
pois não sei seu nome
e também nunca o chamei.
Por favor;
não pensem que sou gay...
E imagino que ele também não é,
pois lá ja vi
uma ou outra mulher.
Mas essa não é a questão.
O que prende minha atenção
é a eteriedade dos seres.
Ele absorto em seus afazeres,
nas coisas do cotidiano;
fazer comida...
estender um pano...
engrenagens do seu microversso!
E le ali, tão imersso,
brincando com um gato mudo,
sem saber
que naqueles momentos
ele faz parte do meu mundo.
Como a um programa de tv
eu assisto André
e ele não me vê...

Pensar nisso
me dá um certo tédio.
Qualquer dia
vou naquele prédio
e chamo o André
pra vir aqui tomar uma
no Santo Remédio.

.......

São Pedro
em São Paulo
se põe a chover.
Quem não tem carro
(e quem tem também)
vai se foder.

E como eu to parado
tomando um trago
não há por que
me preocupar.

Mas olhando pra chuva
penso:_"Puuuuuxa...
que vontade de estar lá"
Sentir a roupa colando.
Meu cabelo molhando.
A agua do queixo pingando...

A chuva
que enche o comércio
de agua suja
me encanta
como à uma bruxa.

Que numa magica
rapida
faz sumir o asfalto..

Uma cerveja.
Um rabo de galo.
Ja tô meio alto!

Fico aqui ilhado
só olhando pros lados
esperando essa agua
descer por algum ralo.


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