Em nosso Primeiro encontro, no dia 15/04/2007, Flavia e Eliz recitaram as poesias de Tamara Fresia Mantovani de Oliveira
Segue abaixo as poesias declamadas.
Estrangeira
O que em mim
me escapa?
que parte é essa que se aparta de mim
sem nunca sem ter sido minha?
Sou uma estrangeira
ou sou eu mesma
que insisto em partir?
Às vezes sou mais familiar
quando estou longe
e lá de longe
o que é meu volta pra mim
também sou arte
também escapo do barro de onde eu vim
também sou parte
também retorno como alimento
pra terra desse Jardim
Silabada
Já fui Lurdes, Tanambira
Nhanbiquara
Fui de túneis, de escadas
Fui de valas
Hoje sou de coisas incompletas
de começos
de idéias
de pedaços
de palavras
Já fui Lurdes, Tanambira
Nhanbiquara
Fui de túneis, de escadas
Fui de valas
Hoje sou de coisas incompletas
de começos
de idéias
de pedaços
de palavras
.
Azulclarece
Me sinto tarde
Fim de tarde
De uma cor indefinível
Um laranja-maçã
Quase figo
Um sol virando céu
Um céu vazio
A ausência dentro de mim
Azulclarece
No outro dia
Me sinto tarde
Fim de tarde
De uma cor indefinível
Um laranja-maçã
Quase figo
Um sol virando céu
Um céu vazio
A ausência dentro de mim
Azulclarece
No outro dia
.
Metamorfose
Virar lagarta
Sendo
Voar
Pra dentro
Que eu nada saiba
Que eu nada tenha
Que tudo venha
Virar lagarta
Sendo
Voar
Pra dentro
Que eu nada saiba
Que eu nada tenha
Que tudo venha
.
No meio da paz
No meio da paz
Vou abrir um buraco
No meio da paz que eu vou ter
No umbigo da paz
Algo mais
(Que não é paz)
Vai nascer
Ali dentro
Vou plantar o que não é meu
Pra eu colher
No meio da paz que eu vou ter
No umbigo da paz
Algo mais
(Que não é paz)
Vai nascer
Ali dentro
Vou plantar o que não é meu
Pra eu colher
.
Ralo
Sorver cada gota
feito ralo
lamber o talo
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